segunda-feira, 23 de novembro de 2020

O Triangulo de Evocações


Sobre o triângulo goético de evocação, uma distinção deve ser apresentada. Os três pontos do triângulo se referem aos Três aspectos de Hekate, sendo o ponto de encontro para os espíritos, geralmente simbolizado pelas encruzilhadas. O histórico triângulo na Magia Cerimonial é o ponto de materialização do Demônio.

 Uma vez que o presente trabalho explorá os caminhos de invocação destas forças, o triângulo nos serve de união entre o Demoníaco (Chtonico/Atávico) e o Angelical Celestial/Empírico).

O triângulo contem em seu centro um círculo que é o ponto de evocação no qual Salomão dizia poder prender os espíritos. Dentro do triângulo deve estar o nome de Azazel, uma mudança significativa do tradicional MICHAEL.

O propósito disso é abençoar o círculo com o poder deificador de Azazel que é também mais comum ente reconhecido com Lúcifer. Como o Feiticeiro do Caminho da Mão Esquerda visa a comunhão e uma forma de auto-deificação antinominiana, uma associação do Self com Azazel é feita, é uma confirmação formal da dedicação ao caminho.
É por esta auto-deificação que o Daimon é controlada dentro do círculo pela Vontade focada do mago, ao invés de uma força ‘santa’ qualquer. Esta é uma abordagem psicológica em que o feiticeiro totalmente depende da sua própria.Vontade para controlar o ritual, acrescentando assim um senso real de perigo ao rito.
Cuidados devem ser praticados no entanto com esta distinção, já que os Djinn deste livro são antigos e astutos.
Tradicionalmente o triângulo deve ficar a cerca de 60 cm do círculo mágico ter cerca de 90 cm de lado.
O triângulo deve ser colocado no quadrante ao qual o espírito evocado pertence.

 A base do triângulo deve estar na direção do círculo e o ápice apontando para o seu quadrante. Sugere-se que a Lua seja observada para esta operação. Os nomes ao redor do triângulo são ANAPHEAXETON, TETRAGRAMMATON e PRIMEUMATION.

Dogma e Ritual da Alta Magia
POR
ELIPHAS LÉVI

O abade Trithemo, que foi, em magia, o mestre de Cornélio Agrippa, explica, na sua Estenografia, o segredo das conjurações e evocações de um modo muito filosófico e muito natural, mas, talvez por isso mesmo, muito simples e muito fácil.

Evocar um espírito, diz ele, é entrar no pensamento dominante desse espírito e, se nos elevarmos moralmente mais alto na mesma linha, arrastaremos esse espírito conosco e ele nos servirá; de outro modo, ele nos arrastará no seu círculo e nós o serviremos.
 Conjurar é opor a um espírito isolado a resistência de uma corrente e de uma cadeia: cum jurare, jurar mutuamente, isto é, fazer ato de uma fé comum.
 Quanto mais esta fé tem entusiasmo e força, tanto mais a conjuração é eficaz. É por isso que o cristianismo nascente fazia calarem-se os oráculos: só ele possuía, então, a inspiração e a força.
 Mais tarde, quando São Pedro envelheceu, isto é, quando o mundo acreditou ter acusações legítimas a fazer ao papado, o espírito de profecia veio substituir os oráculos; e os Savanarola, Joaquim de Flora, os João Huss e tantos outros agitaram por sua vez os espíritos e traduziram em lamentos e ameaças as inquietações e revoltas secretas de todos os corações.
 Podemos, pois, estar sós para evocar um espírito, mas para o conjurar é preciso falar em nome de um círculo ou de uma associação; e é o que representa o círculo hieroglífico traçado ao redor do mago, durante a operando, e do qual não deve sair, se não quiser perder, no mesmo instante, todo o seu poder. Examinemos claramente, aqui, a questão principal, a questão importante: são possíveis a evocação real e a conjuração de um espírito, e esta possibilidade pode ser cientificamente demonstrada? 
À primeira parte da questão pode-se responder, primeiramente, que todas as coisas cuja impossibilidade não é evidente podem e devem ser admitidas, provisoriamente, como possíveis.
 À segunda parte, dizemos que, em virtude do grande dogma mágico da hierarquia e da analogia universal, podemos demonstrar, cabalisticamente, a possibilidade das evocações reais; quanto à realidade fenomenal do resultado das operações mágicas conscienciosamente realizadas, é uma questão de experiência, e, como já dissemos, verificamos por nós mesmos esta realidade, e poremos, por este Ritual, os nossos leitores em condições de renovar e confirmar as nossas experiências.
O ternário, sendo a base do dogma mágico, deve necessariamente ser observado nas evocações; por isso, é o número simbólico da realização e do efeito.
 A letra c é ordinariamente traçada nos pantáculos cabalísticos que têm por objeto a realização de um desejo. Esta letra é também a marca do bode emissário na Cabala mística, e Saint-Martin observa que esta letra, intercalada no incomunicável tetragrama, fez dele o nome do Redentor dos homens:
h w c h y.
É que os mistagogos da Idade Média representaram, quando, nas suas assembleias noturnas, exibiam um bode simbólico, trazendo na cabeça, entre os dois chifres, um facho aceso. 
Este animal monstruoso, cujas formas alegóricas e culto bizarro descreveremos no décimo quinto capítulo deste Ritual,
representava a natureza votada ao anátema, mas resgatada pelo sinal da cruz. 
Os ágapes gnósticos e as priapeias pagãs que se faziam em sua honra revelavam bastante as conseqüências morais que os adeptos queriam tirar desta exibição. Tudo isso será explicado com os ritos, proibidos e considerados, agora, como fabulosos, do grande Sabbat da magia negra.

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